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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A passagem para uma vida adulta produtiva

O manejo eficiente de fêmeas em propriedades leiteiras é de extrema importância. Isso porque, a fase de recria (pós-desmama até primeira prenhez) é a que apresenta os maiores custos numa fazenda. Se o produtor conseguir diminuir esse período, fazendo um sistema de gestão eficiente dos animais, a atividade se torna mais rentável. Além disso, a produção de leite pode aumentar em quantidade e qualidade.

Com o objetivo de parição e de produção de leite, é esperado que a cobertura das novilhas aconteça entre 16 e 18 meses de idade, em média, ou quando atingirem o peso de 300 a 350 kg para animais de grande porte e entre 200 e 250 kg para os de pequeno porte.

Para que isso ocorra, são necessárias algumas medidas desde o nascimento até a prenhez do animal. Cuidados básicos durante a fase de aleitamento, tais como a ingestão de colostro, assepsia do animal ao nascer, fornecimento de água de boa qualidade e de concentrado (ração) para o desenvolvimento ruminal são imprescindíveis para a qualidade das vacas adultas.

Após o aleitamento, a fase de recria é menos complexa, porém de igual importância para o rebanho. Esse período tem relação direta da alimentação com o início da puberdade, ou seja, com a idade fisiológica do animal, e não cronológica, visando a prenhez e posteriormente a produção de leite.

A dieta das novilhas nesse período deve contar com volumoso (fonte de fibras) e concentrado (fonte energética e protéica) de boa qualidade. A quantidade de concentrado fornecida por animal deve ser de aproximadamente 2 quilos por dia. Essa quantia pode ser aumentada, mas ocasiona encarecimento na produção.

Para um melhor acompanhamento do rebanho, produtores podem realizar pesagens e medições das alturas do animal, uma importante ferramenta para verificar o ganho de peso e desenvolvimento estrutural das vacas. O ideal seria registrar ganho de peso diário entre 0,6 e 0,8 quilo por dia. Ganhos de pesos diários elevados, acima de 0,9 quilo, podem ocasionar problemas na formação da glândula mamária, caso haja acúmulo de gordura em detrimento da produção de tecido secretor, que produz o leite.

O manejo sanitário também deve ser realizado periodicamente. As vacinações, por exemplo, devem ser feitas de acordo com o calendário específico de cada região. Entre as vacinas obrigatórias estão: a da aftosa, uma doença altamente contagiosa e que pode eliminar rebanhos inteiros (a aplicação desse medicamento deve ser feita de duas a três vezes no ano); a da brucelose, que pode causar abortos (deve ser aplicada uma única vez, entre o terceiro e o oitavo mês de idade); a da clostridioses, que engloba um complexo de doenças como carbúnculo, enterotoxemias e botulismo (a vacina contra a clostridiose deve ser aplicada a partir dos quatro meses de idade, anualmente); a da leptospirose, causadora de abortos e repetição de cio (aplicação semestral); a da raiva (com aplicação anual); entre outras.

Além disso, as vermifugações devem ser realizadas em animais com menos de 30 meses, principalmente da desmama até os 12 meses de vida, visto que esses são animais mais suscetíveis, de baixa imunidade. O controle de infestações de carrapatos e de bernes bem como o fornecimento de água de boa qualidade, entre outros, devem ser feitos de modo a garantir o crescimento sadio do animal.

Outro ponto importante para facilitar o manejo é a separação dos animais em lotes homogêneos. Essa separação evita a dominância de animais maiores em relação aos menores na disputa por água e alimento, o que poderia levar à redução do ganho de peso. Além disso, separar animais por grupos homogêneos facilita a detecção da época em que as novilhas atingem a puberdade.
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