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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Comentário sobre o "Animal em Destaque: C.A. Paladino"

O C. A. Paladino, definitivamente, tem fenótipo de “Gir Padrão”, ou seja, como você já relacionou, possui várias características que se enquadram perfeitamente no padrão racial do Gir.

Se a vaca enxertou o touro? O que ocorreu, foi um acerto de acasalamento, voluntária ou involuntariamente. Nesse caso, o “filho” recebeu um maior número de características fenotípicas da mãe e ou da sua família. Mas, não podemos esquecer que em seu genótipo, o touro carrega características oriundas do pai e demais ascendentes. Ou seja, ao se reproduzir, pode transmitir (e transmite) características dos dois “lados”, produzindo resultados heterogêneos.

Seria um dos vários casos em que “o sangue da vaca domina o do touro”, contrariando o índice de 70% da participação do touro (índice científico?). Só vacas “padrão” têm a capacidade de inverter essa proporção de participação nos acasalamentos? Ou seria a capacidade de transmissão, por parte de cada indivíduo, das próprias características?

O Euclides perguntou em seu comentário, qual dos dois irmãos seria o melhor. Antes de dar a minha opinião, gostaria de incluir nessa comparação, um terceiro irmão paterno: Nobre da Cal, com 80 filhas, em 31 fazendas, figurando em 11º lugar com 616,0 PTAL e mãe com caracterização racial muito próxima da Caculi 672 Nippur. Respondendo, em duas etapas:

Primeiro:

Para uso em acasalamentos dirigidos (com critério, buscando melhorar as características mais “fracas” da fêmea), considero que os três têm a mesma importância.

Segundo:

Para uso indiscriminado, com a opção de usar apenas um, usaria o Sansão.

Explicando:
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Por apresentar uma boa caracterização racial (fenótipo), o touro C.A. Paladino foi e é utilizado como alternativa de “melhorar ou manter” o padrão racial nos rebanhos tanto de “Gir Leiteiro” quanto de “Gir Padrão”, produzindo, em média, filhos(as) com garupas muito caídas, costelas pouco arqueadas, orelhas medianas, umbigos medianos, bons úberes e produção leiteira mediana/boa, entre outras características, positivas e negativas.


O Nobre da Cal, também com boa caracterização racial (fenótipo), foi, com certeza, o touro mais utilizado por criadores de “Gir Padrão”, até o momento. Produziu, em média (incluindo os acasalamentos com vacas “ Gir Padrão e Gir Leiteiro”) filhos(as) com boas garupas, costelas longas e bem arqueadas, orelhas extremamente grandes, umbigos longos, bons úberes e produção leiteira muito boa.

C. A. Sansão ainda com pouca aceitação no meio do “Gir Padrão”, produz, em média, filhos(as) com boas garupas, costelas extremamente longas e arqueadas, orelhas medianas, umbigos medianos, úberes ruins e excelente produção leiteira.

O detalhe:

Na média, o padrão racial da progênie de Paladino é igual ou ligeiramente melhor que o da progênie de Sansão. Alguns (do Gir Padrão) vão dizer que isso é um absurdo, ou seja, o mesmo que disseram, no passado, em relação ao próprio Paladino, entre outros.

Os touros Benfeitor Raposo da Cal, Rocar Orvalho Zonado, Parintins, Vaidoso da Silvânia, Radar dos Poções (citando apenas alguns – com sêmen disponível), têm, na minha modesta opinião, a capacidade de transmitir, em média, a mesma caracterização racial que C. A. Paladino, sendo a maioria, melhor opção para produção de leite.

Conclusão:

Quando há acerto no acasalamento (voluntária ou involuntariamente) qualquer um desses touros é capaz de produzir animais com bom padrão racial, dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Manual da ABCZ e que apresentem um excelente equilíbrio entre o tipo e a produção .

Estamos defendendo: equilíbrio, critério nos acasalamentos e respeito as qualidades que cada animal pode ter (e têm), respeitando, ainda, seus proprietários.

Abraços,

Ramilton Javiktson da Silva Rosa
Estância Prisma – Edealina - GO

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