Aqui a raça é pura, sem mistura...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Debate sobre consanguinidade (melhores trechos)

Amigos, com o intuito de levar àqueles que não acessam o site de relacionamento Orkut, reproduzo a seguir os melhores trechos de um longo debate ocorrido na comunidade Gir Padrão sobre um tema bastante polêmico - a consanguinidade. Lembramos que o tópico ainda está na comunidade e que qualquer interessado será bem vindo à Gir Padrão para debater sobre consanguinidade e/ou vários assuntos relativos à raça Gir.
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A. André:
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Consanguinidade: "prós" e "contras"
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Eis um tema bastante interessante não só para a raça gir mas para a pecuária em geral. No caso da raça gir, que é o que mais nos interessa, são inúmeros os animais de destaque que contam com algum "grau de consanguinidade" em suas genealogias. Assim, não se pode negar que em muitos casos a consanguinidade possa gerar bons frutos. Entretanto, também é sabido que o abuso desse recurso pode acarretar alguns malefícios. Em todo caso, é preciso reconhecer conceitos como raça e, principalmente, linhagem estão diretamente ligados à questão da consanguinidade. De forma mais branda no primeiro e de maneira bem mais intensa no segundo. Por isso, gostaria de saber as opiniões dos amigos acerca desse tema que causa aversão em uns e agrada a outros;
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Reigy:
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Totalmente a favor, sou a favor da consanguinidade, pois e assim que acredito que se um animal e bom... teremos bons resultados e se nao for nao teremos... porem, pra tudo tem um criterio... nao existe um animal perfeito... a gente tem que saber quando fazer e quando parar tambem e so atravez da consanguinidade que iremos dar padrao ao gado ou seja, deixar nosso gado diferente do vizinho. Esta e minha opiniao;
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Guilherme Ricaldoni (Chácara Beira Rio):
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O uso da endogamia na seleção de Gir é fundamental, assim se consegue uniformidade no plantel, os animais ao cruzarem com holandes ou gado mestiço dao um resultado muito bom pelo choque de sangue, mas deve-se tomar cuidado com a consanguinidade e sempre usar animais melhoradores, consanguinidade de animais ruins nunca é bom. Lembrando que sempre tem uma hora de abrir o sangue do gado, pois se mal usada a endogamia faz com que os animais fiquem menores, menos produtivos, tardios etc.;
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Andre Ramos:
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Sou completamente afavor da consanguinidade no gir e em qualquer raça, principalmente as em formação, este foi o motivo do sucesso do Zebu brasileiro, pois foi usdo em excesso a consanguinidade, tinhamos pouco material, ainda menos os de raça pura, eu sou afavor de estreitar e depois distanciar, a cada geração!!! Gosto muito de cruzamentos entre netos, filho bisneto e neto bisneto. acho que sem o fechamento nos não conseguimos padronizar o gado, no gir eu usei muito tempo dois touros depois sempre colocava sangue novo através de uma das filhas destes touros, como também se usava um novo touro depois voltava com um filho dos originais, sempre deixando um nucleo fechado dentro da fazenda, muitos zebuzeiros antigos trabalhavam assim, foi assim no nelore, no gir como também no guzerá !!!! Gostaria de ouvir a opinião do Zé Alfredo, ele que teve muito contato com o mestre da consanguinidade que era Evaristo, ele que encinou para a maioria, eu mesmo conheci uma vaca dele que era filha, neta e bisneta do mesmo touro. sem perder qualidade, ele defendia que se fossemos afastando os animais que apresentavam taras, com o tempo o rebanho ia ficando sadio para a pratica, e era o segredo do sucesso na hora que saiam da fazenda, pois todos reproduziam bem na heteroze!!!!
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José Eduardo:
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Discussão de Alto Nível .
Esse tipo de conversa que muito me agrada, assim podemos levar a raça adiante, parabenizo ao André por colocar o assunto em pauta. Quanto o uso da cosanguinidade a minha opinião vai de encontro com a do Beto, acho que pode trazer mais maleficios do que beneficios, se fixar em uma só genética não há variabilidade e assim podem aflorar beneficios mas tb maleficios para a raça, e muitos destes problemas são de dificil diagnóstico como perda de fertilidade, maior propensão a certas doenças, má formação de órgãos, etc. Muitos criadores usaram a cosanguinidade em seu gado e tiveram muito exito, mas se possivel eu tento evitar, apesar de ter adiquirido animais que possuam o mesmo avô tanto na linha baixa quanto na alta;
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Reigy:
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Pergunta para os tecnicos ....
Existe heterose no crusamento de individuos da mesma raça? Por ex: linhagens diferentes! E se existe, não seria necessário a gente ter uma maior concentração genetica de um individuo para depois cruzar com outro de linhagem diferente, ou seja dar uma abertura no samgue pra que só assim gere a heterose? Penso o seguinte se nos ficarmos usando um boi aqui outro ali... vamos fazer um gado mestiço de linhagem... penso mais, acho que toda seleção tem que ter uma linhagem predominante!
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Roberto Bolsanello:
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- Quanto a ser uma pessoa pessoa muito tecnica e teorica, quer dizer que também sei escrever e estar conversando com pessoas do mais alto gabarito... e o que me deixa mais feliz... é por neste quesito conseguir falar com pessoas mais humildes também e com produtores rurais... pois como muitos sabem aqui, cresci num curral, e de vaca de leite.
Quanto a estudar mais zoologia (hahaha)... nem merece resposta...
Em relação aos animais silvestres...acho que você André necessita estudar mais...pois sabemos que existe o efeito “Yokoyama & Nei”... Especificamente no caso dos Meliponinae, outro fator que contribui para a extinção das espécies é a dificuldade da manutenção de populações geneticamente viáveis, uma vez que para atingir essa viabilidade são necessárias 44 ou mais colônias de cada espécie, pois a homozigose nos alelos relacionados com a determinação sexual, causada por endocruzamento, pode levar as colônias à morte em aproximadamente 15 gerações. Essa conseqüência é conhecida como “efeito Yokoyama & Nei” (Kerr et al., 1996) e tende a ser potencializada principalmente em hábitats fragmentados, onde o fluxo gênico fica impedido ou dificultado.
Eu tb sou contra o Gir Leiteiro... mas o problema do Gir leiteiro não é a heterozigose...e sim o uso do holandês num passado relativamente próximo...cruzamento absorvente.
O gir é sim pra fazer girolando...essa linha que sigo...ponto..
Gado Dupla Aptidão pra mim é sem carne e sem leite...o gir é o zebu leiteiro...temos que trabalhar mais os controles leiteiros e testes de progênie, a diferença que nas raças européias este trabalho já é feito a seculos...única diferença. Quem chama GIR de dupla aptidão menospreza o potencial da raça, que fisiologicamente no futuro se equipará ao jersey e holandes na produção. O gir padrão só iniciou agora o teste de progenie..mas lembremos... agora 1 ano são 50... com as tecnologias vamos correr rápido...
quanto aos tiradores de leite...tenho pavor mesmo...temos que acabar com essa teoria do tirador de leite do Brasil... isso é fruto da ignorancia e da falta de assistência técnica... tamanho e dinheiro não quer dizer nada... conheço muito cara rico e grande pecuarista que é tirador de leite... e não é isso que quero pro GIR. Trabalhei com assistência técnica do programa Educampo do Sebrae, trabalhando com pequenos produtores de leite, e muitos, mesmo muito humildes eram mais empresários rurais que muitos grandes. E outra coisa, quem mexe na cadeia do leite e pensa em vender bezerro de corte, me desculpa, saia da cadeia do leite...isso é atraso... e falta de informação e falta de fazer conta. Quem mexe com leite tem que focar no leite, e num precisa ter dinheiro pra ganhar mais não... conheço muita prpriefdade pequena que ganha dinheiro com leite, o problema é falta de assistencia tecnica e falta de fazer conta... gerenciamento economico.
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Em breve a segunda parte do debate!

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