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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Caso Radar dos Poções

Governo federal apura fraude com sêmen de touro

Uma suspeita de "fraude genética" envolvendo a falsificação de sêmen bovino usado em processos de reprodução é apurada pelo Ministério da Agricultura. 

Segundo o órgão, é a primeira denúncia do tipo que chega à pasta. 

O caso foi levado ao governo por laboratórios contratados por associações de produtores para mapeamento genético dos animais. 

A empresa Boa Genética, de Igarapava, é citada por pecuaristas como a responsável pela venda das doses "falsas" de sêmen. O Ministério da Agricultura afirmou que a empresa é investigada. 

A apuração envolve o touro Radar dos Poções, morto há dez anos, mas que, de acordo com pecuaristas, deixou uma das melhores heranças genéticas da raça gir leiteiro. 

Suas doses de sêmen, segundo os produtores, chegam a ser vendidas por até R$ 25 mil. A investigação apura se o material obtido de outros touros, com valor genético inferior e preço bem menor, estaria sendo vendido como se fosse de Radar. 

O Ministério da Agricultura suspendeu a comercialização do sêmen de Radar até que a investigação termine. 

A ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) também suspendeu temporariamente a concessão de registro de nascimento de animais "filhos" de Radar. 

O produtor Henrique Cajazeira Figueira afirma ser um dos prejudicados. Dono de uma fazenda em Uberaba (MG), ele havia comprado três doses de sêmen de Radar mas, na última aquisição, em 2010, deparou-se com a fraude ao realizar testes de DNA nos animais. 

Ele iniciou um processo de mapeamento genético para descobrir qual touro, de fato, era o pai do lote de 40 animais. Foi então que ele descobriu que o sêmen pertencia a outro reprodutor. 

PREJUÍZOS 

Figueira calcula o prejuízo em R$ 300 mil -que ele obteria com a venda dos animais se fossem filhos de Radar. 

Marcelo Solé, também de Uberaba, diz que ele e outros dez criadores ratearam a compra de uma dose de sêmen fraudada de Radar. 

Solé e Figueira afirmam que compraram o sêmen de um amigo pecuarista, que diz ter adquirido o produto na Boa Genética, de Igarapava. A Folha tentou localizar o responsável pela empresa ontem, mas não conseguiu. 

O presidente da Associação Goiana dos Criadores de Gir, Rosimar Silva, disse que o episódio causou insegurança. "É preciso que o ministério e a ABCZ tomem providências para tirar a limpo essa história." Segundo ele, no Estado não há pecuaristas lesados pela fraude. 

Segundo a chefe substituta da Divisão de Fiscalização de Material Genético Animal do Ministério da Agricultura, Daniela Pacheco, o ministério encaminhou uma dose do sêmen verdadeiro de Radar para análise nos EUA. 

Se comprovada a fraude, o caso será encaminhado ao Ministério Público. 

Fonte: Folha Online

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