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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eu acredito nas linhagens alternativas do Gir

Sempre respeitei o trabalho realizado pelos colegas do “Gir Leiteiro”, tanto é verdade que tenho animais com esse perfil em meu pequeno criatório. A ABCGil se organizou de tal forma que proporcionou aos seus associados um “norte”. Alguns podem alegar que seria um “norte” que levaria ao leste ou ainda ao oeste. Mas, os progressos alcançados são inegáveis. Cresceram tanto que ousaram criar a expressão “Raça Gir Leiteiro”. Uma “raça” que se fosse criada nasceria com um grande “gargalo”: a endogamia.

Por outro lado, nunca me afastei do “sonho” de poder criar animais que fossem produtivos e ao mesmo tempo apresentassem um conjunto de características morfológicas capaz de enquadrá-los perfeitamente dentro do padrão racial do Gir.

As iniciativas de alguns colegas de avaliar o desempenho econômico (produção de leite) das suas matrizes oriundas de “linhagens alternativas” (incluindo algumas que foram submetidas ao controle leiteiro oficial em minha propriedade – Estância Prisma – Edealina – GO.), bem como o programa de melhoramento genético da GirGoiás, já revelaram excelentes resultados. Esses resultados credenciam, de fato, referidos indivíduos como uma verdadeira alternativa para o tão necessário “refrescamento de sangue” do “Gir Leiteiro”. É claro que devemos esperar os resultados oficiais para confirmar essa afirmação. Isso significa que a raça Gir pode colaborar com a raça Gir!

Precisamos apoiar de forma efetiva esses programas, já implantados, para que possamos, à médio prazo, colher os frutos desse investimento. 

Não se trata de estabelecermos uma concorrência entre animais da mesma raça. Ao contrário, estaremos oferecendo ao “mercado” uma ALTERNATIVA. Daí, cada um fazer a sua escolha, de forma segura e transparente. Não tenho dúvidas que obteremos sucesso. Mas, para que possamos lograr êxito, é necessário que continuemos avançando no caminho da ciência.

Se, no prazo de três anos, conseguirmos avaliar de 150 a 200 fêmeas descendentes de touros exclusivamente de “linhagens alternativas” certamente teremos um cenário favorável a nosso favor. Portanto, faço um apelo aos colegas criadores/selecionadores de animais com esse perfil, que submetam os seus animais às diversas provas/testes que estão disponíveis a todos.

A vaca Harpa da Lapa Vermelha alcançou a extraordinária marca de mais de 11.787 KG/leite, em lactação encerrada. Matrizes da fazenda Lapa Vermelha, fazenda Café Velho, fazenda Iporê, fazenda Nossa Senhora das Graças, entre outras, obtiveram excelentes resultados. Se considerarmos o aproveitamento, em números proporcionais, por analogia, podemos concluir que na maioria dos nossos plantéis existem vacas produtivas (leite), e na mesma proporção das já citadas. Alguém duvida?

Outra grande ferramenta que teremos à nossa disposição são as provas de produção de leite a pasto que serão implantadas em Goiás. Nessa modalidade as fêmeas são submetidas ao mesmo manejo, proporcionando paridade entre todas. A avaliação mais justa e segura entre fêmeas da mesma raça, idade, etc.

Portanto, EU continuo ACREDITANDO NAS LINHAGENS ALTERNATIVAS DO GIR!!! 

Ramilton Javiktson da Silva Rosa
Estância Prisma – Edealina – GO.

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