Aqui a raça é pura, sem mistura...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Artigo por Euclides Marques

São Jose do Rio Preto , 30 de junho de 2009
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JUSTA HOMENAGEM AOS PIONEIROS DO ZEBU
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Em sua 26ª edição, mostra do Museu do Zebu apresentou recordações da história de homens e famílias pioneiras, que contribuíram para a pecuária zebuína brasileira. Dentre as fotos, destaque para os animais que deram origem a diversos plantéis brasileiros, como o touro Gir Chave de Ouro, de propriedade de Rodolfo Machado Borges.
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Rodolfo Machado Borges, pelo gigantismo do seu trabalho à frente do Zebu Brasileiro, pertence à própria historia do Brasil e até do mundo, pois o gado que ele tanto se dedicou, resultou no “maior patrimônio genético do mundo ocidental.
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Foi no início da década de 50 , depois da tremenda crise econômica que assolou os fazendeiros do país, que Rodolfo vislumbrou ter atingido o ponto máximo de sua carreira.
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O animal nascido na ocasião era espetacular. Era a chave que fechava o passado e abria as portas de um radiante futuro. Esse animal por isso iria receber o nome de Chave de Ouro.
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Em 1956, ano em que Chave de Ouro tornou-se Grande Campeão da ExpoZebu de Uberaba, o grande líder saía desse mundo, deixando um formidável patrimônio genético para posteridade.
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Não fosse o seguidor Vicente Araújo de Souza e seu filho Vicente Araújo de Souza Junior, entender a importância de reconstituir as linhagens básicas e históricas da Marca ”R”, talvez não tivéssemos hoje, a genética mais premiada de todos os tempos da ExpoZebu de Uberaba.
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O que se viu a partir do Grande Campeonato de Chave de Ouro em 1956, foi uma seqüência de descendentes Grandes Campeões que vai da segunda à sétima geração, com grande predominância da linhagem “R”.
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O que o Dr. Rodolfo Machado Borges não imaginava, e talvez nem seus sucessores, é que no ano de 2006, cinquenta anos após o seu falecimento, um Criador que se apresentava pela primeira vez em Uberaba, fizesse o grande campeão da ExpoZebu com o touro Império 1200, descendente daquele que não poderia ter recebido outro nome se não o de Chave de Ouro (Império 1200/Rastinga/Juruá 873/Juruá 8416/Chave de Ouro Neto/ Galeão/Abará/Chave de Ouro).
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Quando se trabalha com pureza racial utilizando-se de uma linhagem com alta carga Genética, o criador visa selecionar animais que contribua para o melhoramento Genético de uma raça, sempre respeitando o trabalho dos pioneiros que tanto fizeram pelo Zebu no Brasil.
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Quando se produz animais diferenciados seja de qual raça for, uma coisa é certa, este animal não nasceu com destino,endereço e CEP de um frigorífico, e sim, o das maiores exposições do país.
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Com relação ao Gir, querer classificar a Raça como sendo de corte, é ignorar a sua multipla aptidão, a sua longevidade, docilidade, rusticidade e produtividade.
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Daí, concluir que uma vaca Gir fértil, produtiva, dada a sua longevidade, não nasceu para ser sacrificada em um frigorífico, e sim, para ter um enterro digno.
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Euclides Osvaldo Marques
Estância do Gir
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Caro Euclides,
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Obrigado por enviar este interessante artigo.
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Em relação à proposta de alteração dos julgamentos em pista para Gir Aptidão Corte, substituindo a nomenclatura Gir Dupla Aptidão, acho importante discutir durante o periodo necessário, com o máximo de criadores e técnicos, os possíveis prós e contras.
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Acho que esta mudança poderia ser favorável no sentido de nortear melhor as seleções e buscar incentivos como verbas para provas zootécnicas. É claro que, animais de alto padrão genético e caracterização racial, continuarão ocupando seus devidos lugares nas baias e piquetes, quando não nos pavilhões de exposições; e nunca um gancho de frigorífico.
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Mas o mercado poderia abrir os olhos para a segunda aptidão da raça Gir, que é a carne. E isto só viria através dos testes zootécnicos e o fomento das informações obtidas. Poquissimos criadores de Gir atualmente sabem dizer dados importantes sobre seus respectivos rebanhos em relação a informações de ganho de peso; a maioria nem faz ponderal. Outras informações como marmoreio da carne e aproveitamento de carcaça, muito menos.
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Enfim, é necessário ainda muito debate.
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Já em relação a marca R, o senhor se enganou ao dizer que Vicente Araujo e Vincente Araujo Jr. foram únicos responsáveis pela manutenção da linhagem. Rivaldo Machado Borges, da marca R2, seguiu a seleção que hoje é tocada por seus herdeiros, principalmente, Luis Fernando Machado Borges. A marca R2 é detentora de inúmeros campeonatos nacionais e hoje vem se especializando na seleção da aptidão leiteira, tendo conquistado em 2009, o Reservado Campeão Touro Jovem.
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Rodrigo Simões

Um comentário:

Estância do Gir disse...

Caro Rodrigo,

Quando li a reportagem na Revista ABCZ,percebi que outros nomes tambem poderiam ter sido homenageados, inclusive de seu saudoso avô Geraldo Simões.Obrigado pela correção e lembrança dos demais herdeiros do Dr. Rodolfo.È aquele dilema, quando se cita nomes é difícil não se cometer injustiças.Um abraço.
Euclides/Estância do Gir.