O Blog Gir-PO entra hoje em recesso retornando após o dia 4 de janeiro de 2011; até lá e um bom começo de ano para todos!
Aqui a raça é pura, sem mistura...
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Ipiranga ZS é destaque no México
O touro Ipiranga ZS (foto ao lado), através de sua progênie, foi destaque absoluto na Exposição de Pallanque/México, tendo sido duas de suas filhas campeãs: uma grande campeã da raça e a outra campeã de torneio leiteiro, ambas de propriedade e criação de Jaime Mantecón, principal criador do país.
Ipiranga é filho de Barreira ZS, uma das mais importantes matrizes da história do renomado rebanho ZS; além de acentuada aptidão leiteira era um exemplo de caracterização racial, e seu filho é o herdeiro desta genética de alto valor.
Grande Campeã da Exposição de Pallenque 2010
Campeã do Torneio Leiteiro da Exposição de Pallenque 2010
Média diária de 32 kg
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Artigo: Endogamia no Gir - uma análise crítica
O problema da endogamia é recorrente em todas as criações em que ocorre seleção para alguma característica desejada. Atribui-se a ela a redução da produção leiteira e da eficiência reprodutiva, além de favorecer o aparecimento de problemas hereditários.
Dizem que todo o rebanho Holandês do mundo descende de um conjunto reduzido de reprodutores (uma dezena de animais). O mesmo ocorre no Nelore.
A atividade de seleção usa como matéria prima a variabilidade genética existente na população. Porém acaba por reduzir essa variabilidade. Isso ocorre porque, depois de identificar indivíduos superiores, o homem procura reproduzí-los de forma mais intensiva, os seus genes são assim passados para a geração posterior em uma proporção maior do que o normal. Os indivíduos inferiores são privados de reproduzir, e como consequência os seus genes não são passados para a geração seguinte. Esse é o princípio básico da seleção com foco em alguma característica desejada, seja econômica ou racial.
Falando em termos de Gir Leiteiro, todo mundo quer ter filhos do Sansão, do Vaidoso, do Jaguar, enfim dos touros líderes do Teste de Progênie. Eles já foram identificados como superiores para leite, através de um critério científico. É natural que sejam utilizados de forma intensiva.
Mesmo considerando toda a população de Gir do Brasil (Leiteiro, Padrão, dupla aptidão, etc), o risco da endogamia é alto. Isso ocorre por duas razões fundamentais: o relativo pequeno número de animais importados da Índia no século passado e a quase extinção da população de gado Gir nas décadas de 70 e 80, em decorrência da seleção equivocada para características exclusivamente raciais. Vem dessa época a concepção, ainda arraigada em técnicos, produtores de leite e alguns giristas, de que o Gir só contribui com rusticidade na formação do Girolando. Rebanhos inteiros de Gir foram cruzados com touros Holandeses, perdendo-se para sempre esse valioso patrimônio genético.
Tive oportunidade de ler um artigo técnico que analisava o tamanho da população e o grau de endogamia do Gir brasileiro, tomando-se por base os registros genealógicos da ABCZ nas décadas de 70, 80 e 90 do século passado. A situação era alarmante. A população de Gir era classificada como "em risco de extinção". Felizmente a situação tem melhorado, pela grande aceitação do Gir Leiteiro e pela possibilidade de aumentar a população através dos animais LA. Aliás, essa questão dos animais LA merece um outro artigo, visto que alguns criadores defendem a sua proibição.
Analisando os 30 primeiros colocados no teste de progênie da Embrapa/Abcgil, sou capaz de identificar pelo menos 7 famílias diferentes, sem contar as "meias" famílias, a família do Radar dos Poções (tão valorizada), a família do FB Cadarso, e outros touros antigos que foram usados na formação do rebanho atual e que ainda poderiam ser utilizados de forma pontual (nessa categoria coloco o Vale Ouro de Brasília, o Naidu, o Panamá dos Poções, o Uaçaí Jaguar, e muitos outros). Os criadores têm que aprender a trabalhar com várias linhagens e não restringir os acasalamentos a poucos touros que estão na moda. Os verdadeiros selecionadores, que têm compromisso com a raça, praticam essa medida tão salutar.
O corpo técnico da ABCGIL adotou mudanças importantes no Teste de Progênie visando a redução do risco da endogamia: abertura de vagas para touros de pedigree aberto, restrição quanto ao número de tourinhos descendentes de determinados reprodutores e matrizes de destaque, além da incorporação de rebanhos criados exclusivamente a pasto. São medidas que estão na direção correta, permitem vislumbrar um caminho sustentável para a raça.
O teste de progênie da GirGoiás também contribui para reduzir o risco momentâneo da endogamia. Novas linhagens estão sendo testadas para a característica produção de leite. Há boa chance de que algumas delas sejam aprovadas nesse quesito. Aumenta o número de famílias, aumenta o número de opções de acasalamento. Há um alívio na endogamia, mas não resolve e nem poderia resolver o problema em definitivo. É fácil perceber que essas linhagens "alternativas" com PTA positivo serão usadas com maior intensidade e, no futuro, também poderão gerar endogamia. O número de linhages do Gir brasileiro é finito, não há como encontrar linhagens "alternativas" indefinidamente.
A grande contribuição do teste de progênie da GirGoiás deverá ser a descoberta de linhagens leiteiras que estavam esquecidas e o engajamento de criadores de Gir que estavam alijados do processo de seleção para leite.
Concluindo, a endogamia não é um defeito do Gir Leiteiro, como alguns apregoam. É uma decorrência da efetividade da seleção aplicada até agora e da base genética restrita que serviu de matéria-prima para o trabalho. Os criadores de Gir precisam aprender a selecionar para leite, buscando caracterização racial, eficiência reprodutiva e baixa endogamia. Um baita desafio não acham ??
Grato,
José Luiz Costa
Fazenda Gramado
Corumbá de Goiás - GO
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Animal em Destaque: Fogueteira JR
Fogueteira JR - 5.133 kg/365 dias
Zenico x Agrária
Mais uma doadora Gir Leiteiro do rebanho de José Lucio Rezende. Reúne em seu pedigree, as linhagens Eva e R, indo a importantes touros como Internato JR, Genuino Eva e Evon Eva.
Será coletada em breve para um programa de F.I.V., no qual será acasalada com, entre outros, o touro Tacaré ZS.
Produtores de leite pedem incentivos
Sugestões foram apresentadas por produtores de leite, laticínios e cooperativas ao Governo do Estado através da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Os deputados da comissão receberam do setor produtivo sugestões de criação de um Fundo Estadual do Leite, de isenções fiscais para o setor, de subsídios para o pequeno produtor e de capacitação da mão de obra rural.
As sugestões de criação do Fundo Estadual do Leite, de isenções fiscais e de qualificação profissional foram feitas pela Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).
Outras propostas foram apresentadas: como a criação de um programa estadual do leite e derivados, com definição de competências, responsabilidades e recursos para o setor; a adequação do quadro técnico dos órgãos de fomento e pesquisa da agropecuária mineira, além de uma política tributária voltada para a garantia de competitividade do segmento, e crédito para inovação tecnológica.
Boa iniciativa, esperamos que tenha continuidade!
Eu acredito nas linhagens alternativas do Gir
Sempre respeitei o trabalho realizado pelos colegas do “Gir Leiteiro”, tanto é verdade que tenho animais com esse perfil em meu pequeno criatório. A ABCGil se organizou de tal forma que proporcionou aos seus associados um “norte”. Alguns podem alegar que seria um “norte” que levaria ao leste ou ainda ao oeste. Mas, os progressos alcançados são inegáveis. Cresceram tanto que ousaram criar a expressão “Raça Gir Leiteiro”. Uma “raça” que se fosse criada nasceria com um grande “gargalo”: a endogamia.
Por outro lado, nunca me afastei do “sonho” de poder criar animais que fossem produtivos e ao mesmo tempo apresentassem um conjunto de características morfológicas capaz de enquadrá-los perfeitamente dentro do padrão racial do Gir.
As iniciativas de alguns colegas de avaliar o desempenho econômico (produção de leite) das suas matrizes oriundas de “linhagens alternativas” (incluindo algumas que foram submetidas ao controle leiteiro oficial em minha propriedade – Estância Prisma – Edealina – GO.), bem como o programa de melhoramento genético da GirGoiás, já revelaram excelentes resultados. Esses resultados credenciam, de fato, referidos indivíduos como uma verdadeira alternativa para o tão necessário “refrescamento de sangue” do “Gir Leiteiro”. É claro que devemos esperar os resultados oficiais para confirmar essa afirmação. Isso significa que a raça Gir pode colaborar com a raça Gir!
Precisamos apoiar de forma efetiva esses programas, já implantados, para que possamos, à médio prazo, colher os frutos desse investimento.
Não se trata de estabelecermos uma concorrência entre animais da mesma raça. Ao contrário, estaremos oferecendo ao “mercado” uma ALTERNATIVA. Daí, cada um fazer a sua escolha, de forma segura e transparente. Não tenho dúvidas que obteremos sucesso. Mas, para que possamos lograr êxito, é necessário que continuemos avançando no caminho da ciência.
Se, no prazo de três anos, conseguirmos avaliar de 150 a 200 fêmeas descendentes de touros exclusivamente de “linhagens alternativas” certamente teremos um cenário favorável a nosso favor. Portanto, faço um apelo aos colegas criadores/selecionadores de animais com esse perfil, que submetam os seus animais às diversas provas/testes que estão disponíveis a todos.
A vaca Harpa da Lapa Vermelha alcançou a extraordinária marca de mais de 11.787 KG/leite, em lactação encerrada. Matrizes da fazenda Lapa Vermelha, fazenda Café Velho, fazenda Iporê, fazenda Nossa Senhora das Graças, entre outras, obtiveram excelentes resultados. Se considerarmos o aproveitamento, em números proporcionais, por analogia, podemos concluir que na maioria dos nossos plantéis existem vacas produtivas (leite), e na mesma proporção das já citadas. Alguém duvida?
Outra grande ferramenta que teremos à nossa disposição são as provas de produção de leite a pasto que serão implantadas em Goiás. Nessa modalidade as fêmeas são submetidas ao mesmo manejo, proporcionando paridade entre todas. A avaliação mais justa e segura entre fêmeas da mesma raça, idade, etc.
Portanto, EU continuo ACREDITANDO NAS LINHAGENS ALTERNATIVAS DO GIR!!!
Ramilton Javiktson da Silva Rosa
Estância Prisma – Edealina – GO.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Respostas à pergunta do dia
Seguem as respostas enviadas pelos leitores do Blog Gir-PO para a seguinte pergunta:
Considerando o uso dos hormônios aplicáveis (BST, Lactotropin) na pecuária leiteira, pergunto: qual é o motivo do preconceito de alguns quando uma lactação é aferida com a utilização destes hormônios, se os próprios produtores de leite os utilizam?
Resposta 1
É uma ótima pergunta. É sabido por todos que o bST aumenta em 20% e as vezes mais o leite das vacas, também já esta provado que o uso deste hormônio no momento certo melhora também a parte reprodutiva da res, e no meu entender não tem problema nenhum usar este tipo de ferramenta se a finalidade da fazenda é única e exclusivamente a produção de leite, porque digo isso, pois o bST pode mascarar a seleção animal de quem vende genética, podemos selecionar animais que respondem melhor ao hormônio e não animais que transformam melhor capim em leite e acabar vendendo gato por lebre. Outra coisa que me preocupa é a meia-bomba, que seria animais que ficam no meio do caminho, com uma lactação muito boa se estiverem criados a pasto ou muito ruim se tiverem no cocho e sendo turbinados, por isso a lactação de 6 – 7.000kg me deixa com o pé atrás, agora se os criadores fossem obrigados a dizer se deram bST ou não, certamente seria uma grande ajuda ao Gir como um todo.
É uma ótima pergunta. É sabido por todos que o bST aumenta em 20% e as vezes mais o leite das vacas, também já esta provado que o uso deste hormônio no momento certo melhora também a parte reprodutiva da res, e no meu entender não tem problema nenhum usar este tipo de ferramenta se a finalidade da fazenda é única e exclusivamente a produção de leite, porque digo isso, pois o bST pode mascarar a seleção animal de quem vende genética, podemos selecionar animais que respondem melhor ao hormônio e não animais que transformam melhor capim em leite e acabar vendendo gato por lebre. Outra coisa que me preocupa é a meia-bomba, que seria animais que ficam no meio do caminho, com uma lactação muito boa se estiverem criados a pasto ou muito ruim se tiverem no cocho e sendo turbinados, por isso a lactação de 6 – 7.000kg me deixa com o pé atrás, agora se os criadores fossem obrigados a dizer se deram bST ou não, certamente seria uma grande ajuda ao Gir como um todo.
Abraços
Zé Eduardo
Resposta 2
A somatotropina liga-se ao fígado estimulando a produção de IGF-1 permitindo que as células produtoras de leite utilizem os nutrientes para produzir leite. Com níveis mais altos de IGF-1 no sangue as células produtoras de leite utilizam mais nutrientes e, portanto, há uma maior produção de leite. A somatotropina recombinante bovina suplementa a produção natural de somatotropina endógena com ação idêntica .
A utilização de somatotropina para aumentar a produção de leite, é sem dúvida uma ferramenta muito útil na pecuária leiteira. No entanto deve ser usada com cautela e bom senso, pois ela aumenta a eficiência de utilização de alimentos,direciona os nutrientes ingeridos pela vaca para a glândula mamária, mantém o pico de lactação por mais tempo.Os animais tratados com somatotropina devem receber uma alimentação diferenciada, semelhante a animais de alto potencial de produção, assim como um excelente manejo, pois o que é uma ferramenta útil pode se tornar perigosa se não for usada corretamente ( relação custo benefício ) .
Todos os trabalhos publicados , lendo rapidamente mesmo pela internet , relatam o uso do hormônio em raças tipicamente de produção leiteira exclusiva ( holandesa , ou mestiças – girolandas ) . Não há de acordo com a maioria das fontes de pesquisa efeitos nocivos á saúde humana , sendo o uso do hormônio aceito em alguns países e seguro conforme estes trabalhos publicados . Conforme já citado , a ação do hormônio é idêntica ao endógeno , mas sua utilização é obviamente artificial , se fosse exclusivamente natural , todos os animais produziriam – no em altas concentrações e em longa duração , não significa por isso que não seja útil , pelo contrário , os resultados em rebanhos excelentemente manejados , aumentam cerca de 20% ou mais da produção .
Alguns itens que devem ser levados em conta :
1) As alterações de queda natural da produção , devido aos hormônios próprios do animal , são intimamente ligados com as condições que o mesmo se insere , a rusticidade ás vezes lembrada do gir se complementa mais com uma pecuária mais rústica , á base de capim , sal mineral e um bom manejo ...dispensando alimentação mais onerosa e cuidados mais intensivos , típico do gado holandês.
2) O custo benéficio é mais evidente em raças que já possuem a produção de leite como o grande diferencial , por mais que muitos contestem , gir é gir e holandesa é holandesa , a não ser que inventem também a aplicação de genes de outra raça ....
3) O hormônio citado , com ótimos resultados em tantas biografias , não é o único que se utiliza , infelizmente há pessoas que possuem um arsenal de muitos outros , e até mesmo gás é utilizado nos úberes ( e tenho certeza que o gás é artificial .....) Me lembro de vaca que morreu durante exposição famosa por esse “turbinamento ” e foi retirada rapidinho pra não causar muito reboliço ...
4) No meu ponto de vista a contribuição genética do gir deve ser a grande variante , principalmente em cruzamentos e daí sim , conseguir animais que tem a finalidade restrita de produzir leite ( o girolando , sem dúvida melhor opção para o país ) . A raça gir é única por muitos aspectos , não entendo a fissura pelo leite ...ainda mais porque definitivamente leite não é o famoso “ouro branco ” citado poeticamente . Isso não significa é claro , que a variante leite não deva ser selecionada , é óbvio que o melhor animal é aquele que reúne o maior número de qualidades ...mas tudo tem seu limite , perfeito mesmo , apenas quem criou esses animais ...
São apenas opiniões , não tenho como objetivo algum ferir as idéias ou métodos utilizados por ninguém , mas sem dúvida o rumo que a raça gir está levando deve ser cada vez mais discutido , em prol do melhor para a raça .
Rafael
Resposta 3
Resposta 3
A meu ver, o maior problema é ter que evitar a prenhez da vaca por um período absurdo. Sem um cria por ano (como é o ideal para uma matriz gir), não vejo muita lógica em utilizar esse tipo de recurso que se adequa muito mais à raças européias.
A. André L. Pinheiro
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Pergunta do dia
Considerando o uso dos hormônios aplicáveis (BST, Lactotropin) na pecuária leiteira, pergunto: qual é o motivo do preconceito de alguns quando uma lactação é aferida com a utilização destes hormônios, se os próprios produtores de leite os utilizam?
Clique aqui e veja como é viável sob o aspecto econômico a utilização dos hormônios
Clique aqui e leia mais sobre o assunto
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Animal em Destaque: Galocha JR
Galocha - 4.228 kg/365 dias
Krishneto ENA x Atriz JR
Galocha é uma das mais importantes matrizes do rebanho de José Lúcio Rezende, da Fazenda Santo Antônio, Matozinhos/MG.
Produziu 4.228 kg em sua primeira lactação (em controle leiteiro oficial). Além disso, é filha de Atriz (Dalat), doadora de altíssimo nível com Krishneto ENA, consagrado reprodutor leiteiro.
Parabéns ao criador, este é o Gir Leiteiro completo, que soma raça, caracterização e leite.
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