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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Artigo: “Novos rumos no processo de seleção da raça Gir”

Durante o Leilão Terra do Gir Leiteiro em Uberlândia no dia 09/10/2009, o leiloeiro João Gabriel, com o dom que Deus lhe deu no uso da palavra, e na eloqüência do seu conhecimento sobre o Zebu brasileiro, afirmou: "O Trabalho com o Gir Leiteiro está apenas começando." É evidente que o João Gabriel sequer cometeu o lapso de não reconhecer o trabalho daqueles que começaram e continuam selecionando o Gir Leiteiro, mas com certeza, quis mostrar a todos a importância da raça, e que uma nova etapa esta por vir.
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Quando escrevi um artigo publicado no blog girbrasil no dia 31/01/09 com o tema Raça Pura, em determinado momento, afirmei que se a ABCZ permitisse a entrada de animais sem Controle Leiteiro Oficial, teríamos surpresas agradabilíssimas.
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Não foi necessário, pois vários criadores já estavam fazendo o controle leiteiro, e o que vimos foi o aparecimento de uma matriz chamada Gemada da Genipapo tornar-se a Grande Campeã da ExpoZebu de 2009, de propriedade do meu amigo Paulo Roberto de Uberlândia. Um feito inédito, afinal o Paulo acreditou no potencial do seu animal, e se não bastasse a submeteu ao julgamento dos juizes da ABCZ, e merecidamente levou o prêmio tão almejado por todos os criadores de Gir do Brasil.
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Parabéns Paulo Roberto, você hoje é exemplo para os demais criadores, por acreditar que é possível produzir novas linhagens e, principalmente por submete-las a julgamento com os demais animais em pista.
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Não bastasse, o que temos visto é o aparecimento de outros tantos animais de muita caracterização racial e com altas lactações com controle oficial pela ABCZ, como é o caso das Fazendas Lapa Vermelha, Café Velho, Americana e outras.
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Os fatos acima mencionados, no mínimo prova que estamos em uma nova fase do Gir; produzindo novas linhagens e com alta produtividade, mas será que termina aí o grau de seleção que buscamos e queremos? Será necessário novos recordes de produção de quilos de leite dia? Ou teremos que partir em busca de novos quesitos do melhoramento genético da raça?
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Se queremos oferecer ao mundo tropical com altas temperaturas, material genético do Zebu brasileiro, o quesito rusticidade não seria tão importante quanto a produtividade? Qualquer criador sabe que dentro do seu plantel, existe animais mais rústicos e animais que apresentam uma maior perda de peso num mesmo regime alimentar. Se tal fato é herança genética do reprodutor ou da Matriz, continuaremos produzindo animais com tais características?
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Com relação ao porte e aprumos dos animais, será que estamos satisfeitos com o que temos produzido? Observando as propriedades de pequenos, médios e grandes produtores de leite, porque a maioria dos reprodutores utilizados é da raça Nelore? Resposta da maioria dos produtores: "É que o sêmen ou reprodutores da raça Gir não produz machos com valor comercial desejáveis na hora da venda." Oras, se tais produtores é um mercado em potencial para venda de tourinhos , será que estamos oferecendo animais que atenda as necessidades dos produtores? Não esqueçamos, que o grande formador de opinião da raça que criamos são os nossos clientes compradores do nosso produto.
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Repensar a raça dando novos rumos no processo de seleção, deve ser um trabalho contínuo com muito critério e observação, pois o mercado se tornará cada vez mais exigente culminando por eleger sua preferência por animais que tenham padrão racial, produtividade, rusticidade, porte , docilidade e fertilidade.
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Quando os neloristas perceberam que o critério de seleção pelo tamanho do animal não estava produzindo os resultados desejados, verificou-se que o abate era tardio e pouco rentável para os pecuaristas , passou-se a selecionar animais que produzisse filhos com maior precocidade e abate aos trinta meses. Corrigiu-se então o rumo da nova seleção de nelore no Brasil produzindo maior rentabilidade aos pecuaristas, daí o sucesso da pecuária de corte em todo o território nacional.
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Se a Índia é o berço do Zebu, e o Brasil é o maior usuário desta genética, dada a dificuldade dos grandes criadores de Zebu em encontrar animais na India que pudessem contribuir com o melhoramento genético do Zebu do Brasil, penso que o Brasil passa a ser o maior detentor da genética zebuína do mundo, daí a responsabilidade de preservar a raça tal como ela é, e quando o mundo precisar do verdadeiro Zebu saber que ele esta no Brasil e muito bem protegido pelo MAPA, pela ABCZ e por todos os criadores que acreditaram e continuam acreditando nesta raça que é fonte de alimentação rica em proteínas para os humanos de todo o mundo.
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Estância do Gir
Euclides Osvaldo Marques

Um comentário:

Rodrigo Simões disse...

Caro Euclides,

Parabéns pela lucidez nas palavras e obrigado por mais uma vez colaborar com nosso Blog.

Um abraço.