Será que com a total guinada da pecuária para a idéia de produção econômica, essa idéia de adequação ao meio/artificialismo, não mudaram um pouco os conceitos, ou as importâncias, será que realmente o animal ou a propriedade ou mesmo um proprietário adaptado ao meio, não é aquele que vive ou consegue fazer com que sua atividade seja lucrativa, gerando renda, empregos, divisas, deveres sociais, etc.
Se formos ser honestos com os nossos animais, de fato, praticamos “artificialismos” desde o nascimento dos próprios, como remédios, ivermectinas, iodos, e assim vai. Depois fazemos o favor de separá-los da mãe para que essas possam produzir o leite, que não é unicamente destinado aos filhos (o que seria natural) e sim ao comércio. E nesse sentido, da pra imaginar o que o “artificialismo” vai fazendo por eles (vacinas, vermífugos, mão de obra manejos, rações, sais, sais minerais, etc.etc., etc.).
Talvez esse exemplo seja meio esquisito, pois já ta encalacrado em nossas vidas, mas, por exemplo, tecnologias e ferramentas como inseminação artificial, transferência de embriões, fecundação in vitro, clonagem, transgênia, sejam assuntos mais concretos, com maior facilidade de enxergar o dito “artificialismo”, mas que são normalmente absorvidos e usados por pecuaristas (avanços tecnológicos), que condenam, por exemplo, o uso creep feeding.
Poderíamos citar várias praticas artificialistas, que nos usamos, simplesmente achando a coisa mais natural do mundo.
Cito um acontecimento, que vem ganhando muitos adeptos, que a IATF, ou seja, inseminação artificial em tempo fixo, que de natural não tem nada, mas que vem ganhando espaços na pecuária do país com muita velocidade, devido a facilidades que apresenta, tanto que hoje já existem grandes frigoríficos financiando o uso dessa técnica em muitas propriedades. Se o resultado é ruim ou bom, eu não sei, só sei que muita gente, depois dos frigoríficos financiarem, derrubou ou deixou de lado aquela desculpa de não usar por ser um método muito artificial e poder mascarar a real fertilidade das fêmeas.
Talvez o termo: adequação ao meio, seja realmente o que nos pecuaristas necessitamos só nos resta entender, descobrir e vivenciar o verdadeiro “meio” , sem o artificialismo de idéias e filosofias originados de premissas falsas .
José Augusto Barros.